O
ex-deputado estadual gaúcho Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma
Rousseff, assinou a ficha de filiação do PDT do Rio Grande do Sul nesta
quarta-feira (6).
Araújo, 75, estava fora da política
partidária havia 13 anos, quando deixou a sigla. Ele descarta concorrer a
cargos públicos e diz que retorna para "oxigenar" o partido.
A volta dele ocorre em meio a uma intensa
disputa entre correntes rivais dos diretórios gaúcho e nacional do PDT. O
grupo dos netos do ex-governador Leonel Brizola (1922-2004) está em
constante atrito com a ala ligada ao ex-ministro Carlos Lupi, atual
presidente nacional da legenda.
Com domicílio eleitoral no Rio, Brizola
Neto é ministro do Trabalho. Ligada a Araújo, Juliana Brizola é deputada
estadual no Rio Grande do Sul.
O ex-marido de Dilma afirma que é preciso
"fazer conviver" as alas internas. "Nosso grupo é de conciliação. Temos
todos que nos dar as mãos para tocar o nosso partido e enfrentar os
grandes debates que nos aguardam", disse. Ele afirma que não conversou
com a presidente a respeito e que ela não teve nenhuma interferência na
decisão de retorno.
No Rio Grande do Sul, a disputa entre as
alas é ainda mais acirrada. Manifestantes contrários ao presidente da
sigla em Porto Alegre, Vieira da Cunha, picharam muros da cidade com
mensagens de protesto nas últimas semanas.
Ontem, Vieira da Cunha, que é deputado
federal, divulgou uma carta aberta em que criticou a volta de Araújo à
sigla. Disse que o retorno "não seria construtivo" porque já há
"inimigos de trincheira de sobra" internamente. Escreveu ainda que
"alguns com o sobrenome Brizola" expuseram o partido com "atitudes
antiéticas e criminosas".
O ex-deputado afirmou que não vai
"polemizar" com o congressista. A filiação formal ainda precisa receber o
aval da direção da sigla. O ex-governador gaúcho Alceu Collares é uma
espécie de fiador formal da inscrição.
Dono de um escritório de advocacia, Araújo
foi deputado estadual pelo PDT de 1983 até 1995. Também se candidatou a
prefeito de Porto Alegre. Separou-se nos anos 90 de Dilma, com que teve
uma filha, Paula. Quando vai a Porto Alegre, a presidente costuma
visitá-lo.
Os dois deixaram o PDT na mesma época. Mas
apenas Dilma, então secretária estadual, se filiou ao PT. (Com
informações das Folha de São Paulo).
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