Deputado Tom Araújo, DEM, representante
da região do Sisal
Foto: BJÁ
O deputado Tom Araújo (DEM) afirmou ao BJÁ em
entrevista que a Região do Sisal, da qual é um dos representantes na
Assembleia Legislativa, passa um momento muito crítico, "diria de
colapso" diante da prolongada seca que castiga o semiárido baiano.
"Nunca vi nada igual ao longo de minha vida o que se passa no epicenteo
da Região do Sisal, a partir de Conceição do Coité até Santaluz, uma
devastação da agropecuária e uma baixa enorme no nosso principal produto
que é o sisal", frisou.
Para Tom, o fenômeno da prolongada seca não tem sido encarado como
deveria pelo governo do estado e não é apenas "dar o leite e o suco de
laranja aos mais necessitados" que vai resolver o problema. O
parlamentar defende mais investimentos produtivos para a região e
combate à estiagem com programas de apoio à agricultura familiar e aos
pequenos produtores. Lamenta que a Bahia só tenha investido, no ano de
2012, R$96.7 milhões no combate á seca em todo estado, "o que é pouco,
ou quase nada ao que se gasta em outros segmentos".
O parlamentar lembrou que o BNB se instalou em Coité, onde reside, há 3
anos e promoveu empréstimos a pequenos e médios produtores, inclusive
no agronegócio, mas, a seca que se prolonga desde o final de 2011 até os
dias atuais, dizimou as plantações e a gadaria. "Ou seja, hoje, esses
produtores não têm como pagar os empréstimos ao banco e ainda que o BNB
queira, como compensação algo material deles, nada existe a não ser a
terra devastada". Citou o caso de um produtor de Retirolândia que gastou tudo o que
possuia para tentar manter 150 cabeças de gado e foi à bancarota.
Segundo Tom, a economia de Coité e cidades da região do Sisal está
estagnada e o comércio sofre as consequência da falta de clientes,
daquelas pessoas de todas as rendas que vinham às compras nos dias de
feira livre e no decorrer da semana. "É muito triste o que está
acontecendo e não vemos uma ação do governo mais efetiva no combate à
esses problemas", concluiu.
Há, ainda, um êxodo acentuado de pessoas mais jovens para outras
regiões e outros estados.
Investimento -
Através de pesquisa no SICOF Gerencial verificou-se que, no exercício
de 2012, o Governo do Estado da Bahia aplicou apenas R$96.7 milhões -
recursos originários da arrecadação do Estado (Tesouro, royalties, Fundo
da Pobreza e Fiés), em ações de combate à seca, através da execução de
obras de implantação e ampliação de sistemas de abastecimento de água,
construção de cisternas, implantação de oluções hídricas e aguadas e
perfurações de poços.
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