Representante do Conselho Estadual de
Cultura (CEC) na Conferência Territorial do Recôncavo, em São Francisco
do Conde, a conselheira Alva Célia de Medeiros lamentou o fato de que
apenas quatro delegados foram eleitos para representar o Território de
Identidade Cultural do Recôncavo na Conferência Setorial, que acontece
em setembro. Segmentos como teatro, cultura da infância e dança deixaram
de eleger representantes devido ao fato de estarem sem o quórum mínimo
de dez representantes credenciados.
O evento em São Francisco do Conde, a 67
quilômetros de Salvador, aconteceu entre os dias 9 e 10 de agosto e
contou com cerca de 185 inscritos na Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Ainda de acordo com
a conselheira, a falta de quórum causou insatisfação em agentes
culturais que aguardavam uma ampla representatividade na eleição dos
delegados. “O território do Recôncavo saiu prejudicado e a plenária
ficou insatisfeita. Havia representantes de áreas culturais que estavam
presentes, mas não puderam se eleger como delegado pela falta de
quórum”, explicou.
A conselheira participou da mesa de
abertura ao lado do secretário de Cultura, Albino Rubim, da
representante do Ministério da Cultura, Janaina Ribeiro, da secretária
de Cultura do Município, Sandra Pitanga, e do vice-prefeito da cidade,
Evandro Almeida.
ESCOLHIDOS – Os quatro
delegados eleitos são Ivana Barbosa de Jesus (Cultura Popular), Eduardo
Alves (Música), Vanessa Pereira de Almeida (Cultura Afro-brasileira) e
Jomar Conceição (Patrimônio Cultural). A participação deles na
Conferência Setorial é vista como um importante passo no debate sobre as
políticas culturais na Bahia. “As pessoas que fizeram parte da
conferência viram a importância de se pensar de modo integrado o melhor
meio de ampliar as políticas culturais. Não adianta trabalhar
individualmente”, explicou.
São Francisco do Conde recebeu
representantes do poder público e da sociedade civil de 19 municípios:
Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Castro Alves, Conceição do Almeida,
Cruz das Almas, Dom Macedo Costa, Governador Mangabeira, Maragogipe,
Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus,
São Felipe, São Félix, São Sebastião do Passé, Sapeaçu, Saubara,
Varzedo.
Nove propostas foram eleitas durante a
plenária. Dentre elas, a mais votada diz respeito a um festival de
cultura no Recôncavo que consiga abraçar todos os segmentos artísticos
presentes na região.
REPRESENTANTE – A
conselheira municipal de cultura de São Francisco do Conde Edneia Sousa
aproveitou o evento para criticar o fato de as demandas culturais
propostas nas conferências passadas ainda não terem sido executadas.
“Não estamos vendo ser efetivadas as reivindicações que já foram
passadas para o governo”, lamentou.
Entretanto, no blog oficial da V
Conferência Estadual de Cultura (clique aqui e acesse), a SecultBa informa que foram
apresentadas durante a conferência diversas respostas às demandas do
território, a exemplo da criação do Centro de Cultura Populares e
Identitárias e o Centro de Formação e Artes, que tem como base a Escola
de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Edneia acredita que a Conferência
Territorial do Recôncavo serviu para fortalecer os laços entre os
municípios. “Quanto mais as territoriais se unem, mais força ganhamos.
Muitas vezes a dificuldade de uma cidade é mesma que a outra passa.
Tivemos a chance de identificar que todos passamos por problemas na
gestão cultural”, explicou.
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