domingo, 3 de fevereiro de 2013

UNE quer que o forró seja considerado patrimônio imaterial da humanidade


O forró é o principal ritmo nativo do sertão nordestino. Popular em todo o Brasil, sua disseminação se deu através da intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país. Durante a 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), que começa hoje em Recife e Olinda (PE), os universitários irão lançar uma campanha para que o forró seja considerado patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A lista de patrimônios culturais imateriais reúne, atualmente, 232 elementos de 86 países. Seu objetivo é proteger tradições, rituais, costumes e conhecimentos, mantendo-os vivos e seguros. No mês passado, a Unesco concedeu o título ao frevo, expressão artística do carnaval do Recife. A diretora de cultura da UNE, Maria das Neves, explica que a campanha é também uma forma de reforçar a homenagem que o evento faz à Luiz Gonzaga, um dos principais expoentes do forró. “A Bienal vem se consolidando como um espaço voltado para valorizar a cultura popular brasileira, ajudando a identificar elementos da nossa identidade nacional. O forró é um desses elementos e está em sintonia com o tema desta edição do evento”, ressalta ela. A campanha da UNE se junta a um movimento já existente. Recentemente, alguns grupos de forró do Ceará entraram com um processo no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e no Ministério da Cultura (Minc) para que o ritmo seja considerado patrimônio cultural imaterial. O reconhecimento desses órgãos é um primeiro passo para que a demanda também chegue à Unesco. Segundo Maria das Neves, o lançamento da campanha aproveitará a presença da ministra Marta Suplicy na Bienal da UNE. Ela receberá uma carta elencando os motivos para a concessão do título ao forró.
 Mais recursos para a cultura
Durante a Bienal, a UNE também irá reforçar uma de suas bandeiras apresentadas nos últimos anos: 2% do PIB para a cultura. Segundo Maria das Neves, o investimento em cultura é uma demanda transversal. “Não basta uma iniciativa particular do Governo Federal. É preciso que os municípios construam bibliotecas, cinemas, teatros e praças digitais. Nas cidades pequenas e nas periferias das grandes capitais, faltam aparelhos culturais. Existem muitos brasileiros que nunca entraram numa sala de cinema e essa situação precisa ser enfrentada”, acrescenta.

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