O
forró é o principal ritmo nativo do sertão nordestino. Popular em todo
o Brasil, sua disseminação se deu através da intensa imigração dos
nordestinos para outras regiões do país. Durante a 8ª Bienal de Arte e
Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), que começa hoje em
Recife e Olinda (PE), os universitários irão lançar uma campanha para
que o forró seja considerado patrimônio cultural imaterial da
humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco). A lista
de patrimônios culturais imateriais reúne, atualmente, 232 elementos
de 86 países. Seu objetivo é proteger tradições, rituais, costumes e
conhecimentos, mantendo-os vivos e seguros. No mês passado, a Unesco
concedeu o título ao frevo, expressão artística do carnaval do Recife. A
diretora de cultura da UNE, Maria das Neves, explica que a campanha é
também uma forma de reforçar a homenagem que o evento faz à Luiz
Gonzaga, um dos principais expoentes do forró. “A Bienal vem se
consolidando como um espaço voltado para valorizar a cultura popular
brasileira, ajudando a identificar elementos da nossa identidade
nacional. O forró é um desses elementos e está em sintonia com o tema
desta edição do evento”, ressalta ela. A
campanha da UNE se junta a um movimento já existente. Recentemente,
alguns grupos de forró do Ceará entraram com um processo no Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e no Ministério da
Cultura (Minc) para que o ritmo seja considerado patrimônio cultural
imaterial. O reconhecimento desses órgãos é um primeiro passo para que
a demanda também chegue à Unesco. Segundo
Maria das Neves, o lançamento da campanha aproveitará a presença da
ministra Marta Suplicy na Bienal da UNE. Ela receberá uma carta
elencando os motivos para a concessão do título ao forró.
Mais
recursos para a cultura
Durante
a Bienal, a UNE também irá reforçar uma de suas bandeiras
apresentadas nos últimos anos: 2% do PIB para a cultura. Segundo Maria
das Neves, o investimento em cultura é uma demanda transversal. “Não
basta uma iniciativa particular do Governo Federal. É preciso que os
municípios construam bibliotecas, cinemas, teatros e praças digitais.
Nas cidades pequenas e nas periferias das grandes capitais, faltam
aparelhos culturais. Existem muitos brasileiros que nunca entraram numa
sala de cinema e essa situação precisa ser enfrentada”, acrescenta.
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