O ex-Ministro da Cultura e cantor Gilberto Gil falou
nesta segunda (11) de Carnaval sobre a declaração do presidente do
Olodum, João Jorge Rodrigues, de que a Bahia virou a terra de Ivete
Sangalo. "Não acho que a Bahia seja monopolizada por Ivete. O pessoal do
Olodum vem de um segmento muito maltratado da sociedade baiana e quando
ele fala isso é sobre o ponto de vista da discriminação, da falta de
oportunidades", disse em entrevista exclusiva ao UOL. Em entrevista dada à Folha, Rodrigues afirmou ainda que o "Carnaval
reproduz o capitalismo brasileiro". Para Gil esse ato de segregação
existe, mas também é preciso que o Olodum, por exemplo, se torne mais
presente. "Eu, na primeira vez que o Olodum veio desfilar na
Barra-Ondina, vim com eles. Agora, eles não vêm mais. Ivete vem todo ano
e, possivelmente, deve ser isso a que ele se refere a oportunidades". "Isso é oferecido muito mais a quem tem origem de classe média alta,
dominante, do que quem tem origem mais simples na sociedade",
acrescentou o cantor, que cumprimentava os integrantes da Ong Afro
Quabales. Crianças e adolescentes da organização fizeram um show no
camarote "Expresso 2222", na segunda. Gil acredita ser necessário que a sociedade dê oportunidades para as
manifestações culturais. Questionado sobre o sucesso do Psirico, que
também é uma banda de origem humilde e que conseguiu o status de "pais
do gueto", o cantor foi enfático: "Ali é outra coisa, é Marcio Victor.
Não existem tantos assim com aquele carisma, grandeza e que deixa a
gente arrepiado".
Nenhum comentário:
Postar um comentário