quarta-feira, 3 de abril de 2013

Mulheres da zona rural de Serrinha produzem artesanato de qualidade e pedem apoio para comercializar seus trabalhos


Agora em Serrinha tem um grupo que fabrica artesanato de qualidade na comunidade de Floresta, zona rural do município, mostrando que é viável sobreviver trabalhando em sua própria localidade sem ter que deixar seus lares ou sua terra natal em busca de emprego e renda.

Segundo dona Honorina Batista da Silva, tudo começou em 2012 quando as mulheres que compõem o grupo tomaram um curso de capitonê no CCQ de Serrinha e depois passaram a ensinar o que aprenderam na própria comunidade de Floresta, depois no Campo Redondo  e em outras localidades, além da Caritas.

Elas participam dos cursos voluntariamente, sendo que as participantes se encarregam de comprar o material. O Ascoob, inclusive, patrocinou o curso no Campo Redondo.

A equipe produz para comercializar e também dá cursos do que aprendeu em outras localidades.

Quando começaram, elas se reuniam na casa de dona Honorina todas as quintas-feiras. Era um grupo de cerca de 20 pessoas, incluindo também,  mulheres do Campo Redondo, Rosarinho e Matinha e passaram a fazer almofadas.  

Depois elas fizeram o curso de vagonite, com duração de 3 meses e outro de flores, aprendendo confeccionar mais coisas.

Daniela Batista(foto), filha de dona Honorina, acompanhava o grupo apenas como participante. Daí formaram o grupo de produção e a ideia veio depois que ela participou do curso do MOC para Jovens Empreendedores Rurais.

Antes ela desenvolveu o projeto pensando nela de forma individual, mas depois achou melhor que tivesse o envolvimento da comunidade sendo que o maior objetivo foi mostrar um sertão diferente do que é mostrado na mídia “um sertão seco e pobre”.

Como Daniela viu as mulheres fazendo os bordados às convidou para fazer parte do projeto, pois antes cada uma comercializava o que produzia de forma individual.

Hoje o grupo de artesanato é formado por 6 pessoas e faz parte da Associação Comunitária de Floresta e o pensamento é quando engrenar e melhorar as vendas abrir para mais pessoas.

Muitas mulheres saiam a pé para ir trabalhar na cidade, deixando os seus lares e os afazeres domésticos para receber R$ 200 ou R$ 300 reais por mês, porém com o artesanato este quadro mudou, porque elas já têm uma renda fixa e podem cuidar melhor da família. Muitas pessoas já comprovaram as diferenças.

Cada almofada, por exemplo, é comercializada por R$ 25 ou R$ 30 reais a depender do modelo. Uma toalha é vendida entre R$ 70 e R$ 100 reais dependendo do tecido. 

Elas reclamam que muitas pessoas acham o que é produzido bonito, mas ainda não valorizam como deveria, no entanto, para Daniela Batista é por falta de conhecimento e divulgação que dizem que é caro. “Quando o produto ele é bem conhecido e bem divulgado ele se torna mais valorizado”, destaca Daniela.

Também lamentam a falta de valorização dos produtos pela população brasileira, pois uma toalha que aqui é vendida por cerca de R$ 100 reais, na Itália é comercializada por R$ 200 reais. 

O grupo lamenta o fato de ter dificuldades financeiras para comprar os materiais para a produção e quer um espaço para comercialização.

Segundo dona Honorina, o maior sonho do grupo é ter um local para comercializar os produtos e elas esperam contar com um trabalho de parcerias para ter esta produção comercializada, tendo um ponto de referencia para as pessoas encontrarem os artesanatos produzidos por elas.

Para Maria das Graças não adianta produzir e deixar dentro de casa. Ela queria que tivesse um comércio que comprasse o material na mão delas.

Na opinião delas seria mais interessante comercializar na feira livre de Serrinha do que no Mercado de Artes.

O grupo está tendo dificuldade na fabricação por necessitar de uma máquina Overloque, pois quando tem que fazer costuras em uma máquina deste tipo tem que pagar para fazer na cidade e esperam contar com a doação ou apoio no financiamento desta máquina.

Veja mais fotos:











Por Cival Anjos

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