Agora em
Serrinha tem um grupo que fabrica artesanato de qualidade na comunidade
de Floresta, zona rural do município, mostrando que é viável sobreviver
trabalhando em sua própria localidade sem ter que deixar seus lares ou
sua terra natal em busca de emprego e renda.
Segundo dona
Honorina Batista da Silva, tudo começou em 2012 quando as mulheres que
compõem o grupo tomaram um curso de capitonê no CCQ de Serrinha e depois
passaram a ensinar o que aprenderam na própria comunidade de Floresta,
depois no Campo Redondo e em outras localidades, além da Caritas.
Elas participam
dos cursos voluntariamente, sendo que as participantes se encarregam de
comprar o material. O Ascoob, inclusive, patrocinou o curso no Campo
Redondo.
A equipe produz
para comercializar e também dá cursos do que aprendeu em outras
localidades.
Quando começaram,
elas se reuniam na casa de dona Honorina todas as quintas-feiras. Era
um grupo de cerca de 20 pessoas, incluindo também, mulheres do Campo
Redondo, Rosarinho e Matinha e passaram a fazer almofadas.
Depois elas
fizeram o curso de vagonite, com duração de 3 meses e outro de flores,
aprendendo confeccionar mais coisas.
Daniela
Batista(foto), filha de dona Honorina, acompanhava o grupo apenas como
participante. Daí formaram o grupo de produção e a ideia veio depois que
ela participou do curso do MOC para Jovens Empreendedores Rurais.
Antes ela
desenvolveu o projeto pensando nela de forma individual, mas depois
achou melhor que tivesse o envolvimento da comunidade sendo que o maior
objetivo foi mostrar um sertão diferente do que é mostrado na mídia “um
sertão seco e pobre”.
Como Daniela viu
as mulheres fazendo os bordados às convidou para fazer parte do projeto,
pois antes cada uma comercializava o que produzia de forma individual.
Hoje o grupo de
artesanato é formado por 6 pessoas e faz parte da Associação Comunitária
de Floresta e o pensamento é quando engrenar e melhorar as vendas abrir
para mais pessoas.
Muitas mulheres
saiam a pé para ir trabalhar na cidade, deixando os seus lares e os
afazeres domésticos para receber R$ 200 ou R$ 300 reais por mês, porém
com o artesanato este quadro mudou, porque elas já têm uma renda fixa e
podem cuidar melhor da família. Muitas pessoas já comprovaram as
diferenças.
Cada almofada,
por exemplo, é comercializada por R$ 25 ou R$ 30 reais a depender do
modelo. Uma toalha é vendida entre R$ 70 e R$ 100 reais dependendo do
tecido.
Elas reclamam que
muitas pessoas acham o que é produzido bonito, mas ainda não valorizam
como deveria, no entanto, para Daniela Batista é por falta de
conhecimento e divulgação que dizem que é caro. “Quando o produto ele é bem conhecido e bem
divulgado ele se torna mais valorizado”, destaca Daniela.
Também lamentam a
falta de valorização dos produtos pela população brasileira, pois uma
toalha que aqui é vendida por cerca de R$ 100 reais, na Itália é
comercializada por R$ 200 reais.
O grupo lamenta o
fato de ter dificuldades financeiras para comprar os materiais para a
produção e quer um espaço para comercialização.
Segundo dona
Honorina, o maior sonho do grupo é ter um local para comercializar os
produtos e elas esperam contar com um trabalho de parcerias para ter
esta produção comercializada, tendo um ponto de referencia para as
pessoas encontrarem os artesanatos produzidos por elas.
Para Maria das
Graças não adianta produzir e deixar dentro de casa. Ela queria que
tivesse um comércio que comprasse o material na mão delas.
Na opinião delas
seria mais interessante comercializar na feira livre de Serrinha do que
no Mercado de Artes.
O grupo está
tendo dificuldade na fabricação por necessitar de uma máquina Overloque,
pois quando tem que fazer costuras em uma máquina deste tipo tem que
pagar para fazer na cidade e esperam contar com a doação ou apoio no
financiamento desta máquina.
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