A sessão da
terça-feira, dia 23, foi marcada por fortes reivindicações em diferentes
momentos. Depois da leitura das atas e votação e aprovação da mesma a
vice-prefeita Maria Betivânia, popular Keinha, foi convocada pelo
presidente, José Augusto, para fazer esclarecimentos a respeito das
cobranças realizadas pelo legislativo sobre a prestação de contas do
dinheiro do PET e Pró- jovem, que foi retirado dos cofres públicos na
gestão passada quando ela era secretária de desenvolvimento social.
Keinha disse não ter conhecimento de tais problemas. Enquanto
secretária, fazia apenas licitações e as entregava aos responsáveis pela
aprovação, neste caso, o poder executivo e aos conselheiros que se
encarregavam de aprovar ou não o pedido. Porém, a vice-prefeita não nega
que as licitações feitas foram atendidas, sendo assim, o dinheiro foi
utilizado pela sua secretaria, mas não soube explicar a não prestação de
contas aos órgãos competentes. Em seguida, o presidente da Câmara
deixou espaço aberto aos vereadores que quiseram se manifestar com
presença “surpresa” de Keinha naquele momento.
A vereadora
Gilmara criticou a mesa falando que os vereadores não foram informados
da participação da vice-prefeita. “Convoque também a ex-prefeita Nenca e
os secretários responsáveis pelas contas para maiores esclarecimentos” –
disse a vereadora, que afirmou que não estava preparada para questionar
a ex-secretária Keinha. A solicitação foi aceita pelo presidente e,
assim, convocou a senhora keinha para estar presente na sessão da Câmara
na terceira terça-feira do mês de maio.
É comum que as
sessões da Câmara sejam apenas para os vereadores, já que a população
não se faz presente, mas a sessão da terça-feira, 23 abril, chamou a
atenção pela quantidade de pessoas que estiveram no local, mas não eram
pessoas comuns. Alguns professores da rede municipal de ensino, todos
vestidos de preto e com cartazes nas mãos, manifestavam na plenária
cobrando apoio dos vereadores na luta pela revitalização do direito das
40 horas que foi anulado pelo prefeito através do decreto Nº 380, de 16
de abril 2013. Trazendo como frase principal para o protesto: “Estamos
em luto, luto por um legislativo mais atuante”. Eles se levantavam para
cada vereador que usava a tribuna exibindo os cartazes com frases fortes
que expressavam o sofrimento na luta por solução mais justa. Os
vereadores Anastácio Carvalho e Rômulo aderiram ao manifesto e até
compraram camisas como forma de apoio a classe.
O vereador
Marquinhos foi o primeiro a usar a tribuna na sessão e expressou a sua
revolta por não ter sido convocado pelos manifestantes para apoiá-los.
“Acredito que somos uma família e que vocês deveriam convidar a todos
para apoiarem suas reinvindicações e não um ou dois vereadores”.
Todos os outros
vereadores usaram a tribuna com o mesmo contexto de apoio aos
professores, mas o vereador Leandro teve um discurso plausível quando
disse: “Quero expressar meu apoio aos professores e informar que já
procurei responsáveis na prefeitura para tentar entender o que está
acontecendo com a questão do enquadramento e do concurso, mas ainda não
obtive resposta significativa”. O vereador questionou ainda: “Na gestão
anterior, todos esses professores ganhavam quarenta horas e o município
tinha verbas para pagar, por que agora não tem?” Segundo ele, uma
pesquisa realizada no município mostrou que há muitas vagas para
professores, tem salas sobrecarregadas de alunos ultrapassando o limite
estabelecido – que é de 15 alunos por sala. Há escolas na sede e zona
rural que nem tem professores, prejudicando os alunos que ficam sem
aulas. E continuou questionando o fato “porque, então, não emprega esses
professores? Há no município muita gente trabalhando como cargo de
confiança sendo que tem muita gente concursada que está fora”. Aplaudido
pelos os professores, o vereador continuou seu pronunciamento mostrando
sua revolta pela falta de solução para os problemas da classe.
Ainda na sessão,
durante a fala da vereadora Gilmara, o vereador Rômulo tomou a palavra,
se levantou e pediu licença aos presentes dizendo: “Estou me retirando
porque tive a minha fala cassada pelo presidente”, saiu e sentou-se no
meio da plateia, ao lado da vice-prefeita Keinha que ainda se fazia
presente no local, após a retirada de Rômulo, o vereador Leandro também
se retirou e sentou ao lado do companheiro de bancada como forma de
apoio. A vereadora Gilmara finalizou seu pronunciamento manifestando
apoio ao vereador Rômulo e convidando a acionarem a justiça para que se
acabasse com a “Ditadura” em Araci.
O presidente da
casa, vereador José Augusto, esclareceu que puniu o vereador Rômulo
porque ele, na sessão passada, havia utilizado de palavras de baixo
calão – na verdade um desentendimento nos bastidores da câmara entre o
presidente e o vereador Rômulo causou o mal estar entre os dois.
Certamente alguma atitude do vereador não agradou nada o presidente e,
ele, usando a bases que são lhe permitidos na presidência, puniu Rômulo.
Sendo o último a
fala na tribuna, o presidente da Casa considerou inútil a manifestação
dos professores dizendo que era apenas “uma manifestação partidária”.
Após ter visto todos os professores se retirando da plenária câmara
quando ele se dirigia para discursar.
A professora
Mismara Sousa escreveu em sua página no facebook: “Estive na câmara de
vereadores, hoje pela manhã, participando de uma manifestação silenciosa
onde fomos reivindicar nossos direitos e pedir apoio aos vereadores.
Estava tudo indo bem, até algumas falhas estavam passando batidas.
Enfim, ouvimos e assistimos todo o tempo. Ao final quando vereador que
não é presidente está presidente ia começar a falar ou tentar falar,
nós, por um protesto de injustiça ao Vereador Rômulo, demos as costas ao
presidente e saímos todos. Enfim, ao saímos, o mesmo disse em meio a
outras palavras… TRATA-SE DE VÂNDALOS!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário