Começava o primeiro semestre de 2010 e dava-se início à demolição da
Fonte Nova. Primeiro, de forma mecânica, derrubando o anel inferior.
Depois, no dia 29 de agosto, implodindo o anel superior.
Tudo ocorreu para que, no mesmo local, fosse erguido um novo estádio: a
Arena Fonte Nova. Ali está nascendo uma nova história do futebol
baiano. E hoje é o dia do primeiro grande momento dessa trajetória. A
nova Fonte receberá o clássico Bahia e Vitória, às 16 horas.
A antiga Fonte Nova, a partir de agora vista definitivamente como
elemento nostálgico na Bahia, representou 57 anos do futebol no Estado.
Foi inaugurada em janeiro de 1951 e teve seu último jogo em novembro de
2007.
No local, torcedores hoje adultos, com
muita história para contar, viveram as maiores emoções de suas vidas no
esporte. Hoje, porém, existe uma molecada que ainda não tem ideia do que
se trata a Fonte Nova. Garotos que até já possuem time do coração e
que nasceram junto com esta nova história que está surgindo na Bahia.
Novos personagens - Gustavo Spínola, por exemplo, já é
tricolor. Tudo influência da família, composta exclusivamente de
torcedores do Bahia. Ele nasceu em maio de 2010. Um mês depois, veio ao
mundo João Miguel Maia. Sua mãe nem é afeita ao futebol. O pai, no
entanto, fanático pelo esporte, se diz apenas simpatizante do Bahia.
O pequeno João Miguel, porém, já escolheu seu time. Ele é Vitória. Isso
devido à influencia da família materna, em especial do avô e de um tio,
que já o levou três vezes ao Barradão.
"Ele adora ir ao estádio e, em casa, dorme e acorda com a camisa do
Vitória. Nem vou tentar fazê-lo virar Bahia. Já me acostumei com a ideia
de meu filho ser rubro-negro", comenta o pai do garoto, Marcelo Maia.
"Meu filho vai curtir demais a nova Fonte. Pretendo, no futuro, levá-lo
lá algumas vezes para assistir a jogos do Bahia. Quanto aos do Vitória,
o tio que leve (risos). E sei que vai levar muito! Além disso, ele
adora jogar futebol. Mesmo aos dois anos, já tem fundamentos bons.
Talvez vire jogador profissional. E, mesmo no Vitória, sonho em vê-lo
marcar um monte de gols na Fonte Nova", emenda Marcelo.
No lado tricolor, é bom dizer, os desejos são semelhantes. "Há pouco
mais de um ano, meu filho ouviu o hino do Bahia em um DVD e cantou um
pedaço. Foi uma grande alegria em casa. Desde então, esta é uma de
nossas curtições nas reuniões familiares: colocar o hino para ele
cantar. Ela já diz que é Bahia. E, assim como eu no antigo estádio, ela
ainda vai ter muitas alegrias na Fonte Nova", afirma Pablo Spínola, pai
de Gustavo.
"Eu pretendo levar meu filho ao estádio ainda neste ano. Será o início
das alegrias dele na Fonte. E, no futuro, cada um de nós terá suas
histórias para contar. Nem pior, nem melhor. Apenas diferentes. As
minhas, em boa parte, já foram escritas no antigo estádio. As dele
começam a ser escritas agora, na nova arena", comenta Pablo.
Que a Arena Fonte Nova venha para representar e engrandecer não apenas
57, mas sim 570 ou quem sabe até 5.700 anos de histórias e emoções no
futebol da Bahia.
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