Ampliar o
abate da Empresa Seara, uma das maiores produtoras e exportadoras de
alimentos à base de carne de aves do mundo, de 140 mil para 300 mil
frangos/dia foi o desafio exposto pelo gerente de Agropecuária do setor
de aves, Junior Pizzi para o secretário da Agricultura, engenheiro
agrônomo Eduardo Salles, que visitou as instalações da fábrica de ração,
do frigorífico e do aviário de um produtor integrado, em Feira de
Santana e São Gonçalo dos Campos.
Para atingir
essa meta, a Seara planeja investir cerca de R$ 3 milhões em
equipamentos para a ampliação da fábrica de ração, sendo que a parte
estrutural já está pronta. Além disso, os produtores integrados, que
recebem da empresa ração, pinto, assistência técnica e veterinária e
abate garantido precisa modernizar os seus aviários, como planeja o
produtor Cícero Moreira Ipiranga, que até dezembro deste ano pretende
adotar o sistema operacional chamado dark-house, que proporciona aumento
de produtividade e maior rentabilidade.
Segundo
Cícero, o aviário fica totalmente escuro, onde é possível controlar a
intensidade da luz, e desta forma, as aves não têm contato com luz
natural e com a mudança de temperatura do ambiente externo. Por isso,
elas se desenvolvem com pouco estresse, ganho maior de peso e a taxa de
mortalidade é reduzida, o que garante melhor resultado. “No meu caso,
tenho fundo de reserva e vou contar com o apoio do Banco do Brasil, pois
o investimento é alto. Um galpão com essa tecnologia custa em média R$
400 mil”, disse.
Outro gargalo
exposto pela Seara é a instabilidade no preço do milho comprado da
região Oeste para a fabricação de ração. Por dia, a Seara utiliza 360
toneladas de milho e 150 toneladas de soja. O secretário, sobre este
assunto, sugeriu a instalação de centros de compra e armazenagem de
grãos na região Oeste e, principalmente no Nordeste do estado, em
Paripiranga.
A Seara
emprega direta e indiretamente 2.500 funcionários, é a maior do estado
neste setor e metade de sua produção é para exportação, o restante é
para consumo interno. De acordo com a Câmara Setorial da Avicultura, a
Bahia só produz 60% da carne de frango que consome, mas é a maior
produtora de grãos do Nordeste, matéria prima para ração animal.
Em função
desse déficit na produção da carne de frango e de ovos na Bahia, o
secretário Eduardo Salles destacou que a idéia do governo estadual é
incrementar a produção e ampliar também a exportação. “Nosso estado
possui condição logística excepcional para exportar a carne de frango.
Temos trabalhado para transformar os grãos em proteína animal, já que
essa é a matéria prima fundamental para o frango, e dessa maneira, gerar
milhares de empregos no estado, agregando valor ao nosso produto”,
disse.
Atendendo a um pedido da empresa, Eduardo disse que solicitará ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) capacitação de mão de obra para trabalhar no frigorífico e na fábrica de ração, além de pedir ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) que faça capacitações com os produtores integrados e, caso seja necessário, realizar visitas a aviários de outros estados.
Como os galpões modernos custam, em média, R$ 400 mil e os produtores integrados não tem garantia para financiar o elevado custo, o secretário se comprometeu a levar a questão à Agência de Fomento da Bahia (Desembahia) e tentar fazer uma engenharia financeira, através de algum fundo de aval para viabilizar os financiamentos.
Além disso, Salles pretende discutir com instituições financeiras a possibilidade de financiar parte da estrutura dos aviários. “Uma alternativa é trabalhar com o Pronaf Mais Alimentos, na compra de equipamentos, automoção, que na Bahia o juros é zero, pois o estado assume os 2% para incentivar o crescimento mais rápido do pequeno produtor”, ressaltou.
Salles disse que vai solicitar à Câmara Setorial da Avicultura, que convide os integrantes da Seara e outras empresas avicultoras, bem como os produtores integrados para que participem desse colegiado e da construção do Plano Estadual da Avicultura.
O diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, disse que a Agência dará todo apoio necessário para que haja avanço na avicultura. “A Bahia é o único estado do Brasil com a classificação B sanitária, e esse título é de suma importância para o setor”, pontuou.
Também participaram da visita, o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Paulo Emílio Torres, o diretor de Inspeção, Adriano Bouzas, o coordenador de Projetos Especiais Rafael Mendes; o vice-presidente da Associação Baiana de Avicultura e também presidente da Associação Baiana de Suinocultura, Marcelo Plácido. Fonte: Avicultura Industrial
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