Jogadores do Vitória comemoram
resultado inquestionável
Foto: Ricardo Matsukawa
Histórico nos dois sentidos. Para o
torcedor do Vitória, uma goleada histórica, inesquecível, batizando o
novo estádio, com o país inteiro de olho no clássico e na festa. Para o
torcedor tricolor, um resultado humilhante, vergonhoso, uma nódoa
inapagável na história do Bahia. É uma derrota que exige mudanças de
rumos lá pelas bandas de Itinga. E da Ribeira também. O coração tricolor
restou em pandarecos. E boa parte da torcida saiu culpando as gestões
dos Guimarães ( os ‘Marcelos’ pai e filho)
Não
há o que discutir. A goleada ( 5 x 1 ) foi resultado de uma
superioridade indiscutível. Técnica, física, individual e coletiva. E
mais ainda na vontade de jogar, de ganhar. Vamos ao jogo: Foi
uma primeira etapa fraca tecnicamente, de um futebol indigno da
qualidade do gramado, do equipamento, da torcida. Chutões, faltas
seguidas, muita catimba, presepadas de lado e lado e pouca troca de
passes, de bola no chão, de bola jogada, nada. O Vitória se deu melhor
com a lambança. O
Bahia até começou melhor, em cima. Aos 3 minutos Obina enfiou pelo
lado esquerdo para Adriano que bateu rasteiro mas Deola evitou o gol no
rodapé esquerdo, com a ponta dos dedos. Aos 6’, Marquinhos entrou em
velocidade nas costas da zaga, pelo lado esquerdo, e bateu forte mas
Deola mais uma vez defendeu bem. Aos 8 ‘, o Vitória ameaçou com Dinei
arriscando de longe e errando o alvo. A partida foi ficando ríspida,
nervosa e mais equilibrada, com o ataque rubronegro explorando as
deficiências evidentes da defensiva tricolor. Aos 31’, Maxi levou a
zaga adversária na velocidade pela direita e bateu cruzado, rasteiro;
por pouco Escudero não fez. O
primeiro gol, histórico, na Nova Arena da Fonte, saiu aos 41’, após a
marcação de uma penalidade máxima que teria sido cometida pelo lateral
direito Neto no lateral esquerdo Mansur que penetrava em velocidade. Uma
infração tola e discutível, mas o meia Renato Cajá nem quis saber,
deslocou Lomba, fez 1 x 0 e comemorou com a galera, escreveu seu nome na
história do futebol baiano para sempre. CAJá! A
segunda etapa foi toda vermelha e preta, um show, um passeio de bola do
início ao fim em campo e uma festa nas arquibancadas. Taticamente o
Vitória foi absoluto. Logo no primeiro minuto o Vitória chegou pela
direita, a bola foi cruzada, a defesa olhou mas Escudero não acertou o
chute de frente. Aos 5’ o argentino Maxi Biancucchi se aproveitou de
mais um erro de saída de bola e, pelo lado esquerdo, de fora da área
bateu por cobertura, com classe, encobrindo o goleiro Lomba que, mais
uma vez mal colocado, só espiou. 2 x 0 , golaço!
Na
sequência, aos 6 minutos, Obina fez uma boa jogada individual dentro da
área rubronegra e bateu no canto, mas o bandeira viu impedimento (que
não existiu) e o árbitro anulou o gol. Aos 13’ o ataque do Vitória
arquitetou uma bela tabela pelo lado esquerdo, envolvendo Nato e Dani
Moraes, e o armador Michel entrou de cara e fez 3 x 0.
O
Bahia até diminuiu, depois de uma boa penetração de Magal pela
esquerda; recebeu longo de Talisca, foi à linha de fundo e cruzou para
Zé Roberto completar e fazer 3 x 1. Nem deu para esboçar uma reação,
pois dois minutos depois, aos 23’, Vander e Marquinho (que tinham
acabado de entrar em campo) puxaram um contragolpe em velocidade e a
defesa do Bahia só apreciou: 4 x 1, Vander, matando a reação tricolor.
Escudero fechou o caixão completando cruzamento de Marquinho, por volta
dos 40’, 5 x 1 – enlouquecendo as arquibancadas.
Destaque
para Maxi, Escudero, Cajá, Michel, Luis Alberto e, claro, o treinador
Caio Jr que engoliu taticamente o time de Jorginho, na segunda etapa.
Contragolpes, velocidade, jogadas pelas laterais, boas substituições.
Objetividade, sobretudo.
Do
lado do Bahia, tudo errado. Jorginho criou problemas com Souza e com a
equipe, durante a semana, deixou o atacante fora do jogo e criou um
clima ruim que se refletiu em campo. Não teve leitura do jogo na
segunda etapa e levou um chocolate tático. Tinha um buraco entre Neto e
Dani Moraes (sem a escalação de Diones, que atua daquele lado), mas o
treinador não corrigiu. O time não tem saída de bola, os laterais
presos,. O meio campo não troca passes, a equipe não cria jogadas de
fundo, chuta pouco.
É
impressionante como alguns bons jogadores : Neto, Titi, Fahel e o
próprio Lomba caíram de produção. Comprometedor.
O
treinador Jorginho entregou o cargo, ainda nos vestiários. A derrota
vergonhosa e histórica o derrubou. Feio ! Não tinha mais clima para
continuar. Já vai tarde.
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