A tradicional Lavagem do Bonfim será marcada, nesta quinta-feira, 17,
pela estreia de ACM Neto (DEM) como prefeito de Salvador na festa
religiosa e pela ausência do governador Jaques Wagner (PT), que está em
viagem à China em busca de investimentos para a Bahia nos setores
automotivos, de petróleo e gás. Manifestação de fé, mas que serve de palco para testar a popularidade
dos políticos, a caminhada funcionará como um termômetro tanto para Neto
medir a avaliação dos 17 primeiros dias de sua gestão, como para Wagner
auferir os seis anos de seu governo, o qual estará no comando até 2014. Wagner, que só retorna à Bahia na próxima terça-feira, vai escapar de
ser acusado de "pecador" pelos servidores do Estado. No 7 de Setembro de
2012 o governador também agendou uma viagem à Espanha e Singapura
(Ásia) e se livrou das vaias dos professores e dos policiais -
categorias que comandaram as duas maiores greves, no ano passado, contra
o governo do petista. Desta vez, as críticas vão sobrar para o
vice-governador Otto Alencar (PSD), que estará representando Wagner na
Lavagem do Bonfim. Perdas da URV - Disposição é o que não falta aos
servidores. "Vamos denunciar ao Senhor do Bonfim que o governador não
paga a URV dos funcionários", avisa a coordenadora da Federação dos
Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), Marinalva Nunes. De acordo com a dirigente, as perdas com a URV (unidade de conversão da
transição da moeda do cruzeiro para o real) já foram pagas ao pessoal
do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, mas nenhum dos
170 mil funcionários da administração direta recebeu a diferença.
"Também vamos pleitear cronograma de recuperação das perdas salariais e
reorganização das carreiras", disse ela. Procurado pela reportagem, o
vice-governador Otto Alencar declarou que protestos são normais na
democracia. "É direito do servidor se manifestar". Diálogo - Já o prefeito ACM Neto vai poder sentir,
nos seis quilômetros que separam a Conceição da Praia do Bonfim, como a
população recebeu as primeiras ações de sua administração. Foram 30
decretos estabelecendo um "choque de ordem" nos serviços públicos, o
corte de R$ 160 milhões do Tesouro e nos custos operacionais da máquina
pública. Neto também será alvo de manifestações contrárias. Servidores da
prefeitura vão para o cortejo do Bonfim dispostos a "marcar uma posição"
em relação à nova administração da cidade. "Vamos pedir a abertura de diálogo", explicou o diretor do Sindicato
dos Servidores da Prefeitura, Everaldo Braga. "Não estamos questionando
as medidas adotadas, mas a forma, sem ao menos consultar os
trabalhadores", disse o dirigente, temeroso de que a "falta de diálogo"
implique em perdas de conquistas da categoria. Para os 43 vereadores eleitos em outubro será a chance de reencontrar o
eleitor e ratificar os compromissos de campanha eleitoral. Quanto aos
que estão mirando a eleição de 2014, não custa nada pedir , desde já, as
bênçãos do Senhor do Bonfim. Pelo menos dois candidatos à sucessão de Jaques Wagner vão cumprir o
ritual de subir a Colina Sagrada: o secretário da Casa Civil, Rui Costa
(PT), e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT). O
petista Sérgio Gabrielli (Planejamento) está na China com o governador.
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