quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Políticos testam popularidade na lavagem do Bonfim

   
  • Participam o vice-governador Otto Alencar e o prefeito ACM Neto
A tradicional Lavagem do Bonfim será marcada, nesta quinta-feira, 17, pela estreia de ACM Neto (DEM) como  prefeito de Salvador  na festa religiosa e pela ausência do governador Jaques Wagner (PT), que está em viagem à China em busca de investimentos para a Bahia nos setores automotivos, de petróleo e gás. Manifestação de fé, mas que serve de palco para testar a popularidade dos políticos, a caminhada funcionará como um termômetro tanto para Neto medir a avaliação dos 17 primeiros dias de sua gestão, como para Wagner auferir os seis anos de seu governo, o qual estará no comando até 2014. Wagner, que só retorna à Bahia na próxima terça-feira, vai escapar de ser acusado de "pecador" pelos servidores do Estado. No 7 de Setembro de 2012 o governador também agendou uma viagem à Espanha e Singapura (Ásia) e se livrou das vaias dos professores e dos policiais - categorias que comandaram as duas maiores greves, no ano passado, contra o governo do petista. Desta vez, as críticas vão sobrar para o vice-governador Otto Alencar (PSD), que estará representando Wagner na Lavagem do Bonfim. Perdas da URV - Disposição é o que não falta aos servidores. "Vamos denunciar ao Senhor do Bonfim que o governador não paga a URV dos funcionários", avisa a coordenadora da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), Marinalva Nunes. De acordo com a dirigente, as perdas com a URV (unidade de conversão da transição da moeda do cruzeiro para o real) já foram pagas ao pessoal do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, mas nenhum dos 170 mil funcionários da administração direta recebeu a diferença. "Também vamos pleitear cronograma de recuperação das perdas salariais e reorganização das carreiras", disse ela. Procurado pela reportagem, o vice-governador Otto Alencar  declarou que protestos são normais na democracia. "É direito do servidor se manifestar". Diálogo - Já o prefeito ACM Neto  vai poder sentir, nos seis quilômetros que separam a Conceição da Praia do Bonfim, como a população recebeu as primeiras ações de sua administração. Foram 30 decretos estabelecendo um "choque de ordem" nos serviços públicos, o corte de R$ 160 milhões do Tesouro e  nos custos operacionais da máquina pública. Neto também será alvo de manifestações contrárias. Servidores da prefeitura vão para o cortejo do Bonfim dispostos a "marcar uma posição" em relação à nova administração da cidade. "Vamos pedir a abertura de diálogo", explicou o diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura, Everaldo Braga. "Não estamos questionando as medidas adotadas, mas a forma, sem ao menos consultar os trabalhadores", disse o dirigente, temeroso de que a "falta de diálogo" implique em perdas de conquistas da categoria. Para os 43 vereadores eleitos em outubro será a chance de reencontrar o eleitor e ratificar os compromissos de campanha eleitoral. Quanto aos que estão mirando a eleição de 2014, não custa nada pedir , desde já, as bênçãos do Senhor do Bonfim. Pelo menos dois candidatos à sucessão de Jaques Wagner  vão cumprir o ritual de subir a Colina Sagrada: o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT). O petista Sérgio Gabrielli (Planejamento) está na China com o governador.

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