sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PICARETAS do progresso destruíram o centro histórico de Serrinha

 Palacete dos Nogueira e casa de Sêo Miroró, o que resta do patrimônio na Pça Luiz Nogueira. Sem lei municipal de proteção ao seu patrimônio arquitetônico e sem que o IPAC possa conter as chamadas "picaretas do progresso" o centro histórico de Serrinha, nascido a partir do final do século XVII com casario mais significativo do século XVIII, inclusive a igreja matriz de Senhora Sant'Anna (1780), todo foi abaixo salvo a própria igreja, a antiga sede da Prefeitura, o casarão dos Nogueira, a casa de Sêo Miroró e mais duas casas na Praça Luiz Nogueira, antigo largo das barrigudas, depois Manoel Victorino. Não restou mais nada nesta mancha matriz que tinha um valioso patrimônio com chalés, casarões do tempo do Império, casas do neoclássico da primeira fase da República (1889 a 1930), um conjunto harmonioso e imponente. A última parte que caiu foi a antiga chácara da familia José Mota que deu lugar a uma sede horrorosa do Itaú e a um grupo de construções em concreto que se alonga até a sede do Banco do Brasil. Agora, não resta mais nada a fazer, salvo ainda tentar conservar o que resta, a igreja, a antiga sede da Prefeitura que está desabando e foi o local da morada do fundador da cidade, Bernardo da Silva, casarão que estaria reservado a uma biblioteca pública, mas, cuja reforma nunca aconteceu e vem ruindo desde os anos 1980. É muito lamentável que os administradores locais ao longo de todos esses anos não tenham enxergado um palmo à frente dos narizes para conter uma destruição dessa natureza. A Câmara de Vereadores, de sua parte, não se interessa por esse tipo de tema, salvo raras exceções, e vive a dar títulos de cidadãos a pastores evangélicos e representantes de organizações católicas. Fora dessa mancha matriz ainda existem alguns chalés e casarões que sobrevivem ao tempo por abnegação das familias, e, ano passado, o chalé da família Pedreira de Freitas pegou fogo e foi destruido.  Serrinha, pois, vê seu patrimônio ir para o espaço por absoluta ignorância dos seus dirigentes públicos. (TF)

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