A vida da urna
eletrônica brasileira ganhou mais um fato polêmico para a sua história.
Apresentada por seus defensores como um dos sistemas de votação mais
ágeis e seguros do planeta, o equipamento continua sendo olhado com
desconfiança mesmo após 16 anos de sua implantação. Durante
o seminário “A urna eletrônica é confiável”, realizado no Rio de
Janeiro, um hacker de 19 anos identificado apenas como Rangel relatou
como realizou a interceptação de dados de contagem dos votos, alterando
assim o resultado de uma apuração. Tudo isso sem ser notado pela Justiça
Eleitoral. “A gente entra
na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo
transmitidos para a totalização, e, depois que 50% dos dados já foram
transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização
está prestes a ser fechada”, explicou Rangel.
Eleições já
fraudadas?
Rangel garantiu
já ter prestado depoimento à Polícia Federal e afirma estar disposto a
colaborar com as autoridades — ele inclusive já está em um programa de
proteção à testemunha. Segundo o hacker, ele não está sozinho e faz
parte de um pequeno grupo que já alterou votações antes de sua apuração
oficial pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Ainda conforme o
jovem, a fraude foi feita em benefício de um grupo político da Região
dos Lagos, favorecendo inclusive o atual presidente da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Paulo Melo (PMDB).Outros
participantes do evento, como a doutora Maria Aparecida Cortiz, advogada
que representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há 10 anos,
afirmaram que outras fraudes ocorreram nas eleições municipais deste
ano, mas foram abafadas pela Justiça Eleitoral. Ela citou casos nas
cidades de Londrina (PR) e Guadalupe (PI), além de outras localidades no
Maranhão e na Bahia.
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