domingo, 30 de junho de 2013

Rosto público do MPL, Mayara Vivian

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Garçonete e estudante que se tornou o rosto mais conhecido dos protestos pela melhoria do transporte público no Brasil, Mayara Longo Vivian, representante do Movimento Passe Livre (MPL), é radical tanto na hora de expor as posições do grupo, que a elegeu, entre outros membros, como porta-voz na atual jornada de lutas, como na hora de resguardar os detalhes de sua vida pessoal. "Para me ouvir falar da minha vida, só sentando comigo na mesa do bar. O movimento tem as suas convicções políticas e eu tenho as minhas", explicou ela ao G1 na tarde de terça-feira (25), na Câmara Municipal de São Paulo.


Há dois motivos para que a jovem de 23 anos não pose para fotos e se recuse a revelar dados como o bairro onde vive, a profissão de seus pais, como ela entrou no grupo ou o motivo de ter ingressado no curso de história em 2007 e transferido para o de geografia 2 anos depois. O primeiro motivo é evitar possíveis perseguições por parte de quem não quer ver as reivindicações do MPL saírem do papel e processos criminais, que o grupo teme sofrer depois que a opinião pública diminuir a atenção ao tema.


O segundo, de acordo com ela, é não se deixar explorar pela imprensa e desvirtuar o debate ao qual ela tem dedicado praticamente todo o tempo em que não está trabalhando. "A mídia tenta personalizar o grupo e contar histórias para esvaziar o movimento", disse ela. Quando instada a falar sobre si, ela é categórica. "Sou uma menina normal como qualquer menina normal, como qualquer cara normal. Sou só uma pessoa. Eu não sou ninguém, isso você pode escrever."


Mayara não é a única porta-voz do movimento, mas acabou emergindo entre os demais membros depois que, no dia 11 de junho, o MPL publicou na internet um pedido de reunião protocolado no Ministério Público com a assinatura e o telefone celular dela.


Apesar da fama repentina, à qual ela diz ainda estar se acostumando, Mayara segue solícita aos inúmeros pedidos de entrevista e cumpre o papel ao qual foi incumbida por decisão coletiva do MPL neste ano. Além das entrevistas antes, durante e depois dos protestos, das repercussões das reuniões de negociação com o governo e após a redução da tarifa anunciada em São Paulo e no Rio, ela também esteve entre o seleto grupo de quatro membros do MPL-SP e dois do grupo do Distrito Federal que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (24).


O encontro não a deixou deslumbrada. "A gente esperava que ela tivesse propostas mais concretas", comentou brevemente a estudante, enquanto bebia um copo d'água antes da reunião seguinte, com vereadores que tampouco a deixariam impressionada.

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